Em uma tarde de diálogo e acolhimento, a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Oiapoque realizou uma roda de conversa com as mulheres da Colônia dos Pescadores, como parte das ações do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio. O tema central do encontro, “Se precisar, peça ajuda!”, marcou as falas, dinâmicas e relatos compartilhados, com o objetivo de valorizar a vida e reforçar a importância da saúde mental.
O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, se pautou na escuta e no fortalecimento do vínculo entre as participantes. Por meio de dinâmicas que incentivavam a expressão de sentimentos e experiências pessoais, foram construídos espaços seguros para que cada mulher se sentisse ouvida. A partilha de histórias ajudou a quebrar silêncios, desmistificar estigmas e mostrar que pedir ajuda é um ato de coragem.
Setembro Amarelo foi instituído no Brasil em 2015 como iniciativa conjunta entre instituições da saúde, com a missão de promover prevenção ao suicídio, incentivar o diálogo sobre sentimentos de sofrimento psíquico e oferecer alternativas de suporte emocional. No contexto de Oiapoque, a campanha tem ganhado voz também em comunidades tradicionais, como a colônia pesqueira, onde condições de vida muitas vezes carregam tensões específicas ligadas à economia local, isolamento geográfico e desafios de acesso a serviços públicos.
O CAPS de Oiapoque atua como porta de entrada para cuidados em saúde mental na rede pública, com equipe multidisciplinar formada por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. O serviço realiza atendimentos individualizados, oficinas, grupos terapêuticos e ações comunitárias, conforme as necessidades locais. Em muitos casos, encontros como o realizado com as mulheres da Colônia dos Pescadores são espaços complementares essenciais, fortalecendo estratégias de prevenção que vão além da clínica.
A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde, reafirma o compromisso de ampliar essas ações e torná-las mais frequentes, integrando-as com outros programas, como assistência social, educação e cultura. A proposta é que o cuidado com a saúde mental se torne componente constante das políticas públicas, especialmente em localidades vulneráveis, onde a invisibilidade do sofrimento pode agravar quadros de adoecimento emocional.
Ao final da roda de conversa, as mulheres expressaram gratidão pela iniciativa e reconheceram a diferença que momentos assim fazem em suas vidas. A mensagem de que ninguém precisa enfrentar sozinho seus conflitos emocionais foi parte do consenso. A oficina reforçou que pedir ajuda é fundamental, assim como manter vivo o diálogo entre vizinhas, familiares e profissionais. A vida vale ser protegida — e iniciativas como essa mantêm esse cuidado presente entre as comunidades.
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