Na manhã desta quarta-feira (17), a Prefeitura de Oiapoque recebeu uma comitiva do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 28ª Região (CRECI-AP) para uma visita técnica que discutiu os impactos da nova realidade de exploração de petróleo e gás na costa do Amapá sobre o mercado imobiliário local. A reunião avaliou o cenário atual da regularização fundiária, observou demandas emergentes de infraestrutura urbana e projetou a possível implantação de uma delegacia do CRECI no município.
O encontro foi motivado pelo crescente interesse de investidores e corretores no município, impulsionado pelos anúncios de exploração da Margem Equatorial, área marítima com grande potencial energético que tem atraído atenção estratégica para Oiapoque como ponto de apoio logístico. Esse cenário já provoca efeito no mercado de terrenos, imóveis urbanos e comerciais, que registra valorização crescente e intensificação de negociações.
Durante a visita, representantes da Prefeitura detalharam à comitiva os planos de regularização imobiliária, indicando que há estudos em curso para mapear lotes irregulares, identificar linhas de acesso, melhorar serviços básicos como água, esgoto e iluminação, além de ordenar o crescimento urbano para evitar ocupações desordenadas. Foi destacado que essas medidas são essenciais para preparar o município para o fluxo de pessoas, empresas e serviços que devem chegar com os investimentos no setor energético.
O CRECI-AP, por sua vez, manifestou interesse em instalar uma delegacia em Oiapoque, o que facilitaria a fiscalização, a prestação de serviços a imóveis e corretores, e a formalização de negócios. A presença de uma base regional local do conselho poderia ajudar também na orientação sobre documentação, normas urbanísticas e contratos imobiliários, reduzindo informalidades.
Especialistas ouvidos na conferência de Petróleo e Gás realizada em Oiapoque já vinham apontando para a necessidade de qualificar a mão de obra local, planejar logisticamente o desenvolvimento e estruturar a cadeia produtiva para que os impactos econômicos beneficiem diretamente a população local. Além disso, a valorização de terrenos e imóveis urbanos é constatada por corretores: lotes que antes tinham preços mais baixos agora se tornam objeto de disputas e especulações, sobretudo em áreas proximais a rotas de acesso, base de infraestrutura ou zonas que se prevêem estratégicas para operações marítimas.
Entre os desafios para viabilizar o crescimento sustentável estão a qualidade e extensão da infraestrutura viária, regularização fundiária, oferta de serviços públicos municipais, clareza nas leis de uso e ocupação do solo e controle ambiental. A Prefeitura afirma que essas questões já estão sendo trabalhadas, e que medidas deverão ser formalizadas em planos diretores e legislações complementares.
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