O prefeito de Laranjal do Jari, Teddy Marcel, empossou os membros do novo Comitê Municipal de Emergência Climática 2025. A iniciativa integra órgãos públicos municipais, instituições estaduais e federais, o Ministério Público e representantes da sociedade civil, com a missão de planejar, prevenir e responder aos impactos gerados pelas mudanças climáticas, especialmente no contexto da estiagem prolongada que atinge comunidades rurais e ramais do município.
A América Amazônica — onde Laranjal do Jari se localiza — é considerada sensível às alterações no ciclo hidrológico, e municípios como esse já sofrem com variações de regime de chuvas, secas mais intensas e problemas de abastecimento. Nesse cenário, o novo comitê pretende reunir ações coordenadas para reduzir a vulnerabilidade local e fortalecer a resiliência das comunidades afetadas.
A Defesa Civil municipal afirma que medidas emergenciais já estão em curso. Carros-pipa foram mobilizados para atender comunidades isoladas e ramais com escassez de água. O abastecimento via caminhões será mantido até que se restabeleçam condições pluviométricas normais. Também foi anunciado que o comitê deverá elaborar um plano de contingência que combine resposta emergencial, monitoramento climático e programas de recuperação ambiental.
O município de Laranjal do Jari ocupa extensa área territorial — é o maior município em extensão no Amapá — e abriga ambientes naturais de grande relevância, como parte da Estação Ecológica do Jari. Por isso, a proteção de ecossistemas e a mitigação de efeitos negativos do clima são temas estratégicos para preservar fauna, flora, rios e formações remanescentes de floresta. Somado a isso, o município já tem iniciativas sobre mudanças climáticas: em anos recentes, oficinas de salvaguardas socioambientais envolveram comunidades extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e agricultores, debatendo adaptação e mitigação. Também foram realizadas conferências municipais do meio ambiente com foco em emergências climáticas, o que indicava a preocupação local com a temática.
A sustentabilidade do município, como mostram estudos, ainda enfrenta desafios consideráveis: infraestrutura precária em áreas remotas, acesso dificultado, carência de recursos e mobilidade limitada. Há também indicadores que apontam deficiências no manejo de resíduos sólidos e saneamento, fatores que tendem a agravar os impactos de eventos extremos. O comitê, portanto, nasce em um momento crucial para tentar alinhar planejamento técnico, articulação institucional e participação social.
A expectativa é que este comitê não funcione apenas como estrutura simbólica, mas como instrumento eficaz de prevenção e resposta climática. O envolvimento de diferentes atores institucionais — prefeitura, Estado, Ministério Público — junto à população pode ampliar a capacidade de detectar riscos, acionar sistemas de alerta e executar ações práticas de mitigação.
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