A Escola Estadual Duque de Caxias, no município de Oiapoque, foi palco de uma iniciativa alinhada ao Setembro Amarelo — mês nacional dedicado à prevenção do suicídio. Promovida pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde, em parceria com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Clevelândia do Norte e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), a ação integrou os eixos do Programa Saúde na Escola (PSE) com foco no acolhimento, diálogo e informação.
O Programa Saúde na Escola, criado por uma articulação entre os Ministérios da Saúde e da Educação, busca inserir no cotidiano escolar ações de promoção, prevenção e atenção à saúde entre estudantes da educação básica. Ele atua como elo entre os setores de saúde e educação, fortalecendo a rede local.
A escolha da Escola Duque de Caxias reflete esse compromisso intersetorial. Na prática, as equipes de saúde, psicologia e assistência social levaram para dentro da escola debates, rodas de conversa e oficinas sobre temas como saúde mental, transtornos, dependência e formas de buscar apoio profissional em momentos de sofrimento emocional. Os alunos do Ensino Médio, especialmente os de 2º ano A e B, participaram ativamente: eles encenaram uma peça teatral que retratou cenários reais de sofrimento psicológico, redes de apoio e superação. Com essa expressão artística, puderam sensibilizar colegas e professores para a importância do diálogo aberto e da escuta atenta.
Durante a ação, a equipe enfatizou que a cor amarela, símbolo da campanha, remete à valorização da vida, acolhimento e esperança. A iniciativa buscou desmistificar tabus e reduzir estigmas que muitas vezes impedem jovens de expressar seus sentimentos ou procurar ajuda. A atuação da escola como ambiente seguro, sobretudo para adolescentes que lidam com expectativas, dúvidas sobre o futuro e desafios emocionais, foi um ponto central da atividade.
Especialistas ressaltam que o suicídio é uma questão de saúde pública e que as escolas constituem espaços estratégicos para identificação precoce de sofrimento emocional. Problemas como queda de rendimento, isolamento, mudanças de humor ou desistência escolar podem ser sinais de alerta. Ao aproximar profissionais de saúde e ampliar o repertório da comunidade sobre a temática, ações como a realizada em Oiapoque ajudam a fortalecer redes de acolhimento.
Em última instância, a mensagem deixada no Duque de Caxias foi simples: “conversar salva vidas”. Na prática, a ação do dia 25 reforça que educação e saúde podem caminhar juntas para construir ambientes mais sensíveis, acolhedores e capazes de amparar jovens que atravessam momentos difíceis.
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