Na manhã deste sábado, 13 de setembro, a independência do Brasil ganhou um contorno especial na comunidade do Rio Banha, em Mazagão, com a realização de um desfile cívico fluvial pelas Escolas Presidente Tancredo Neves e Jacira Almeida Costa. Entre barcos enfeitados, remos e saudações ao hino nacional, a celebração tomou as águas e margens do rio, unindo alunos, professores, moradores e visitantes em um ato de memória e identidade ribeirinha.
A apresentação contou também com a Banda Amilar Brenha, que acrescentou ritmo e melodia à cerimônia. A música ecoou entre as águas, harmonizando o desfile fluvial, colorido, emotivo e visivelmente preparado com carinho pelas escolas envolvidas. As embarcações percorreram trecho do rio Banha, enquanto os participantes imitavam tradição e criatividade nos adereços, nas vestimentas e nas expressões de patriotismo.
As duas escolas representam pilares educacionais da comunidade, sendo referências locais por sua atuação na formação de crianças de contexto ribeirinho. A Jacira Almeida Costa, por exemplo, é escola que funciona na comunidade Rio Banha Grande, atendendo do ensino infantil ao fundamental. O desfile fluvial reforça não só o conhecimento formal, mas também o vínculo das crianças com seu lugar de origem, valorizando a cultura do rio, o modo de vida e os sentidos de pertencimento que se mantêm vivos em comunidades amazônicas.
O evento teve participação ativa dos educadores, gestores escolares e famílias, que colaboraram no preparo da estrutura do desfile, decoração das embarcações, confecção de faixas e cartazes, além de ensaios anteriores para sincronizar a movimentação fluvial com os cânticos cívicos. Para muitos jovens estudantes, foi a primeira vez de vivenciar uma celebração tão arraigada ao seu território, na água, com visibilidade.
A escolha pelo desfile fluvial, mais do que estética, reflete uma adaptação cultural relevante: nas comunidades ribeirinhas do Amapá, rios e igarapés cumprem papel de transporte, socialização, sustento e espiritualidade. Celebrar a Independência navegando simboliza resistência histórica, presença cotidiana do rio no modo de vida e o reconhecimento de que a escolarização deve dialogar com essa realidade ambiental.
A data marca também o compromisso municipal com educação que valoriza o local, com práticas que envolvem a comunidade e fomentam o orgulho da origem. A partir de eventos como este desfile fluvial, crianças ganham voz, identidade e visibilidade. O desfile fluvial no Rio Banha reafirma que educação é mais do que ensino formal: é cultura, memória, natureza e comunidade navegando juntas.
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