Jornal Dos Municípios - Portal de notícias dos municípios do Amapá

MENU

Colunas / Geral

COLUNA FÓRUM OPTIMUM

GUERRA DA RÚSSIA X UCRÂNIA: vai faltar adubo no Brasil

312
COLUNA FÓRUM OPTIMUM
A-
A+
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

GUERRA DA RÚSSIA X UCRÂNIA: vai faltar adubo no Brasil

 

Por Adilson Garcia

Leia Também:

Prof. Doutor em Direito pela PUC-SP, Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade Federal do Amapá.  Promotor de Justiça Aposentado, Advogado e Escritor.

 

Para que se possa compreender a importância estratégica da produção de fertilizantes minerais para a agricultura nacional, é obrigatório conhecer diversos aspectos relacionados ao tema, perpassando pelo cenário da agricultura brasileira e o da indústria de transformação mineral de fertilizantes, enfrentando os entraves para o incremento da produção nacional desses insumos, até chegar às discussões de possíveis soluções para os desafios encontrados.

Desta maneira, há diversidade de informação na mídia sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia relacionada à ausência de fertilizantes minerais para agricultura no Brasil. Essas questões deixam uma inquietação tão grande junto a quem investe na produção e gera mais um motivo de preocupação para a sociedade que já paga um alto preço com os produtos da agricultura e seus derivados.

Outras questões são também relevantes e que devem ser levantadas, principalmente quando a massa populacional não sabe que o país poderia ser autossuficiente na produção de fertilizantes minerais, entretanto essas riquezas minerais se encontram no subsolo principalmente de terras indígenas e de áreas de proteção integral.

Vale ressaltar que a mídia e os partidos de esquerda, que maximizam essas questões e jogam na costa do Presidente Bolsonaro, não retratam a fundo a dificuldade do país de usar suas riquezas minerais em benefício da população e ao desenvolvimento econômico, fato que se iniciou em 1992, a partir de Tratados Internacionais de Meio Ambiente em que o Brasil é signatário.

Todos sem exceção tem conhecimento diário que qualquer iniciativa da União por meio do Poder Executivo, através do Presidente Bolsonaro, de usar as riquezas naturais da Amazônia Legal, é a certeza de ataques pelos nacionais de esquerda conjuntamente com a mídia contrária, organizações não governamentais e países europeus, fato que corrobora para essa dependência de fertilizantes minerais e a dificuldade de quebra desses pactos internacionais derivados das assinaturas que iniciaram em 1992, que dificulta diretamente o país de usufruir de suas riquezas minerais.

 

A dependência desses fertilizantes minerais para a agricultura pode prejudicar toda cadeia produtiva que utiliza esses adubos minerais em sua produção, causando impacto na balança comercial e encarecendo esses produtos na mesa dos brasileiros.

É importante salientar que existem uma diversidade de fertilizantes (minerais, orgânicos e organominerais).

Os fertilizantes minerais são classificados em macro e micronutrientes.  Os macronutriente fazem parte das moléculas essenciais para a vida da planta, possuem função estrutural e são necessários em grandes quantidades no metabolismo do vegetal. São eles: Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre. Os Micronutrientes são necessários em menores quantidades, têm função reguladora e fazem parte das enzimas. São eles: Cloro, Manganês, Boro, Zinco, Ferro, Cobre, Níquel, Molibdênio e Cobalto.

Os orgânicos são preparados a partir de fontes como estercos, restos de alimentos e culturas.

Por sua vez, os fertilizantes organominerais são produzidos a partir da mistura entre os fertilizantes minerais e os fertilizantes orgânicos.

Desta maneira, a relação entre a fertilidade do solo e os níveis de produtividade da agricultura está totalmente relacionada à disponibilidade desses fertilizantes. Na agricultura, existe a “Lei do Mínimo”, que diz que a máxima produção está relacionada à disponibilidade dos fertilizantes e que sua ausência tem reflexo direto na produção final.

Vê-se diante desse quadro que o Brasil tem plena condições de produzir fertilizantes orgânicos e ser autossustentável, sua carência perpassa pelos fertilizantes minerais devidos às barreiras impostas para exploração no Brasil, em face do protecionismo ambiental (áreas de proteção integral) e protecionismo antropológico (terras indígenas).

O Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, mas por outro lado importa mais de 80% dos fertilizantes minerais que consome, como cloreto de potássio, ureia e fosfato, a despeito da existência de grandes reservas de matérias-primas necessárias à produção de fertilizantes em seu território (ME-COMEX, 2019).

Para se ter ideia da força e da potência agrícola do Brasil na balança comercial, em 2020 a agricultura teve crescimento de 9% em relação a 2019, totalizando R$ 1,75 trilhão em Produto Interno Bruto (PIB). A produção agroindustrial sempre foi uma válvula de escape quando crises econômicas atingem o Brasil, fato comprovado na pandemia da Covid-19.

A crescente necessidade de expansão das áreas de plantio no mundo reclama o aumento do consumo de fertilizantes, criando maiores incentivos para a produção desse insumo agrícola em larga escala global. O nitrogênio sintético é produzido principalmente na América do Norte, na Índia, na China, na Rússia, no Oriente Médio, na Austrália e na Indonésia. Aproximadamente 80% do potássio utilizado no mundo é oriundo do Canadá, de Israel, da Rússia, da Bielorrússia e da Alemanha. Mais de 75% das reservas mundiais de fosfato de rocha estão localizadas no Marrocos e no Sahara Ocidental ocupado pelo Marrocos (ME-COMEX, 2019).

Os fabricantes, especialmente de fosfato e potássio, dominam certos mercados ou setores geográficos e atuam como monopolistas. Os maiores atores são Agrium, do Canadá; Yara, da Noruega; e Mosaic Company, dos EUA. Essas empresas operam suas próprias minas e fábricas e juntas são responsáveis por 21% do mercado global de fertilizantes (ME-COMEX, 2019).

De acordo com dados do Itaú BBA, considerando as matérias-primas para os fertilizantes minerais, do total comprado pelo Brasil, vieram da Rússia: 20% dos nitrogenados; 28% do potássicos; 15% dos fosfatados. Ao todo, os produtores brasileiros compraram 41,6 milhões de toneladas, somando US$ 15,1 bilhões (ME-COMEX, 2019).

Nosso país depende da importação de cerca de 90% do potássio, 70% do nitrogênio e 50% do fósforo, substâncias essenciais para a fabricação do NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), um dos fertilizantes mais conhecidos e importantes para o desenvolvimento da agricultura (JAZIDA, 2022).

Apesar dessa carência por fertilizantes minerais, o Brasil é responsável por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o quarto país do mundo, atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos. Entretanto, a produção da agricultura do Brasil superou a produção de fertilizantes minerais e seu atendimento tem ocorrido via aumento de importações. Desta forma, o país deixou de ser grande exportador de fertilizantes para ser grande importador a partir de 1992, principalmente quando abdicou de seu papel de produtor de fertilizantes minerais para se submeter aos Tratados Internacionais de Meio Ambiente, criando modelos de proteção integral e estabelecendo barreiras para exploração em terras indígenas.

Tal fato refletiu no mercado de fertilizantes minerais, que já vinha bastante estagnado pela COVID-19. Agora com as sanções contra a Rússia, o produtor rural, que já vem encarando uma alta vertiginosa no preço dos fertilizantes minerais, terá que lidar com a possibilidade de mais aumento de preços e até escassez de produtos principalmente Nitrogênio, Potássio e Fosforo.

O aumento de preços decorrente da escassez dos fertilizantes minerais gera reflexos nos alimentos e na inflação, que já é alta, afetando diretamente o poder de compra da população, reduzindo o consumo das famílias e prejudicando as cadeias de produção agropecuárias.

Não há dúvida, diante desse quadro, que o país precisa estabelecer estratégias de redução da dependência de importações de fertilizantes minerais, fato justificável pela guerra que está ocorrendo entre a Rússia e a Ucrânia, a qual demonstra a fragilidade da agricultura brasileira por essa dependência de fertilizantes minerais. Devemos contrariar as barreiras internacionais impostas quanto à exploração mineral na Amazônia em terras indígenas e em reservas ambientais (proteção integral), que poderia suprir o agronegócio dessa carência de minerais. 

Quando o Poder Judiciário, o Congresso Nacional, o Senado Federal, o MPF, FUNAI e IBAMA vão acordar para a necessidade de a Nação Brasileira usar os recursos de fertilizantes minerais existentes no nosso subsolo e deixar de atender aos interesses das mídias nacionais e internacionais, partidos de esquerda, organizações não governamentais e países europeus?

  

Créditos (Imagem de capa): DICULGAÇÃO

Comentários:

Adilson Garcia

Publicado por:

Adilson Garcia

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

Saiba Mais

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )