Petrobras reúne comunidades em Belém e anuncia início da perfuração de poços de petróleo na costa do Amapá
A empresa usará portos da capital paraense para apoio ao navio sonda com alimentos e equipamentos
Em reunião com empresários, pescadores, ribeirinhos, jornalistas e professores, ocorrida em um hotel em Belém, técnicos da Petrobrás promoveram extensa explanação acerca do projeto de atividade de perfuração marítima FZA-M-59, que demandou aos projetos de análises e estudos da Bacia da Foz do Amazonas. A empresa iniciou neste mês a perfuração marítima da bacia do rio Amazonas, distante 160 Km da costa do Amapá, com profundidade de quase 3 mil metros, depois de diversas reuniões, inclusive no Marajó, para debater com as comunidades afetadas detalhes do projeto que deverá trazer benefícios em royalties com valores ainda não definidos.
Segundo a Petrobras, a perfuração marítima está cercada de toda a tecnologia disponível para evitar impactos negativos sobre a vida das famílias e ao meio ambiente marinho da região. A empresa afirma que nunca registrou desastres ambientais em 70 anos de operações, mas que adota todos os cuidados contra acidentes eventuais, como vazamento de petróleo na superfície.
As representantes da Petrobrás, Mayara Martins e Patrícia Rosa, além do técnico Ivan Baceres, do Ibama, detalharam as ações e cuidados da empresa durante a prospecção, que deverá se estender até junho de 2023. Mesmo com todos os argumentos, alguns ouvintes questionaram a empresa sobre eventuais transtornos que podem ocorrer nas operações e a preocupação com as populações da região.
Para Belém, por enquanto, o benefício das perfurações em Macapá será o fato de que a empresa usará portos da capital paraense para apoio ao navio sonda com alimentos e equipamentos, sendo que os navios devem fazer três viagens semanais entre Belém e Macapá. Em junho, o poço deverá se esgotar e o navio sonda seguirá para outra plataforma.
Consulta aos povos
No Amapá, Kleber Karipuna, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) na região, diz que a entidade, junto com o Conselho dos Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), solicitaram encontros com a Petrobras, com a presença de representantes do MPF, para entender melhor o projeto e os riscos, mas sem sucesso.
A Petrobras confirmou o recebimento dos ofícios solicitando o encontro e informou que está atualmente em contato com a entidade, de modo a agendar uma reunião com os caciques em data a partir do dia 28 de novembro
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