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AS PERIPÉCIAS ECONÔMICAS NO REINO DE MIRZAM* E NA CANDANGOLÂNDIA

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Por Adilson Garcia

 

 

AS PERIPÉCIAS ECONÔMICAS NO REINO DE MIRZAM* E NA CANDANGOLÂNDIA

 

 

Gente, vou contar umas peripécias de Narizinho no Reino de Mirzam na época da pandemia e as perspectivas e promessas da esquerda para baratear o custo de vida dos brasileiros.

A alusão a Narizinho não tem nada a ver com as proporções nasais de nenhum governador e nem a ver com a fama infundada de Pinóquio, o boneco de pau cujo nariz crescia a cada mentira.

Quando menino nos idos de 70 na terra das Araucárias, passava na biblioteca municipal e uma senhora rechonchuda, óculos fundo de garrafa, loira, de nariz adunco, simpática, diante da minha dúvida cruel sobre o que ler me jogou no peito “Os 50 Estados Norte-Americanos”. Viajei sem passaporte e sem passagens pelos “States” por aquelas ilustrações belas, texto enxuto descrevendo turismo, economia, costumes etc.

Em seguida um professor de OSPB (Organização Social e Política Brasileira) passou um trabalho relacionado às atividades econômicas do Paraná. Pedi socorro à Dona Nariguda e ela me esfregou nas fuças “A Guerra do Café Solúvel” (Hélio Duque), que conta a história do ouro verde e sua indústria.

Fiz um resumo, datilografei numa Olivetti Lettera 32 (portátil, o top da época) e levei o primeiro 10 dos vários que tirei na vida. (Obrigado pela oportunidade Alziro Zarur, me tornei um exímio datilógrafo no curso gratuito da sua LBV-Legião da Boa Vontade). Veja um dos maiores elogios que recebi do professor:

-Piá, se eu pudesse te dava um 12 (nada a ver com 12 na veia, esclarecido? É só coincidência. Rss)!

Um dia, sem saber o que ler, a bibliotecária Dona Nariguda me perguntou se eu conhecia O Sítio do Picapau Amarelo. Não tinha ouvido sequer falar. Levei um volume pra casa de cada vez e assim li os 23 tomos dessa obra maravilhosa.

Talvez por isso, inconscientemente e por ironia do destino, me tornei também um Promotor de Justiça tal qual Monteiro Lobato que, além de membro do “Parquet”, foi o maior literato infantil de Pindorama.

Ali tenho certeza que comecei a me tornar um ser diferenciado: peguei o hábito, lia tudo, livro, gibi, fotonovela, até bula de remédio. Virei uma traça literária. Queria ser mecânico. Meu pai disse não e sentenciou: sua ferramenta vai ser uma caneta (obrigado velho pai)!

Obrigado também à Dona Nariguda por ter me estimulado a paixão de ler. Ainda bem que não me ensinou a mentir, porque um letrado mentiroso é exponencialmente perigoso. Se for um político como uns e outros que conhecemos, aí lascou!

 

Bem, naquela época não tinha internet, Google Stree View, nem TV, celular, nada. Quando muito um rádio Transglobe na frequência AM mundial. Portanto, ler era preciso...

E lendo saí na dianteira e no final da década de 70 uma transmissora transformou o Sítio do Picapau Amarelo em uma série televisiva e apresentou ao Brasil e ao mundo meus íntimos coleguinhas do mundo fantasioso e maravilhoso de Monteiro Lobato: Dona Benta, Tia Nastácia, Narizinho, Pedrinho, Emília, Visconde de Sabugosa, Tio Barnabé, Rabicó, Saci Pererê, Cuca, Iara, Curupira, Lobisomem, Caipora e a Mula-sem-cabeça.

Por consequência dessa experiência confundo as coisas, misturando o mundo imaginário de uma criação literária com o mundo real pulsante, fantástico e ao mesmo tempo cruel, onde o calo do nosso pé aperta no sapato!

 Afinal, cronista tem essa liberdade de misturar alhos com bugalhos, por isso lembrei da Narizinho e do Pinóquio do italiano Carlo Collodi, transformado em sucesso pelo monumental Walt Disney, o pai da minha infância!

Mas o que tem a ver as peripécias de Narizinho e o Pinóquio com o torrão Tucuju?

Peripécias são peripécias, sejam brincadeiras lúdicas ou lambanças de governo. Não faz diferença pra mim. Mentiras também!

Lembro-me não com muita satisfação as peripécias de uma equipe econômica nos idos de 80, que resolveu fazer experiências usando como cobaias seres humanos, “nosotros brasileños”! Heia, povo varonil!

Não sei se o ministro Funaro estava com brincadeira, afinal ele era dono da fábrica de brinquedos Trol. Mas ele fez isso com a gente: te juro!

Coroné Sarney, cabra da peste, guindado ao cargo máximo da nação pela triste senão precoce partida de “Tranquedo” (assim o povo confiante o chamava), ficou injuriado com a hiperinflação de três dígitos (250,23%) e resolveu botar a PF para laçar boi no pasto.

 

Eu estava no Mato Grosso, era bancário e agropecuarista, vi de perto. Cogitei esconder minhas poucas reses e minha vaca de estimação Sinueira, que lambia minha mão e cheirava minha cara pedindo uma espiga de milho. Essa recompensa sabia ela infalível.

-A moja Sinueira não, Sarney! Só se a PF passar por cima do meu cadáver!

E tome a briosa federal cow boy no meio da braquiária do cerrado pegando o nelore a unha. Entretanto foi debalde porque nas academias de polícia ensinam a atirar, mas não ensinam laçar! Rss.

Ora, ora, o óbvio ululante: quem vai pagar caro para depois vender barato abaixo do custo?

Ah! Não tem “pobrêma”, convoquem os “Fiscais do Sarney” e está tudo resolvido, não é mesmo?

Foi uma renca de “Fiscais do Sarney” (todo mundo era um, não precisava de decreto de nomeação coisa nenhuma) fechando supermercado porque os preços estavam acima da tabela do Ministério da Economia.

Foi um congelamento de preços para Siberiano nenhum botar defeito. E que se dane a lei da oferta e procura daquele economista velho bobo Adam Smith.

Aí foi uma “fartura”: “fartô” tudo. Mas veio uma solução rápida: o câmbio negro. Vocês se lembram da Lei Seca nos EUA na década de 1920? Ah, se Al Capone fosse brasileiro e ainda estivesse vivo ele iria adorar.  Eis um cenário ideal para gangster nenhum reclamar: mercados paralelos, ágio, prateleiras vazias e no final a economia em colapso.

Mas os governos aprendem com a história para evitar os erros do passado? Se respondeu não, acertou!

Uma década após a cartada do “El Bigodon” (plano Sarney, devia ser plano Burrês), eu era acadêmico de direito da Cândido Mendes na Cidade Maravilhosa.

Pois não é que veio um tal caçador de Maracujás e uma ministra metida a Mandrake com um coelho na cartola e em 1990 fez uma ótima mágica-piada econômica: sequestrou nossos ativos financeiros. Tão boa a piada que o maior humorista do Brasil, Chico Anysio, que não era exigente (rsss), casou com ela.

 

Com a varinha de condão impregnada de pó de pirlimpimpim a economista aprendiz de feiticeira com a sua vassoura voadora (se dessem um vassoura pra ela, te juro que ela voava) varreu para debaixo do tapete 44,80% e depois 84,32% do reajuste dos nossos salários corrompidos pela inflação galopante.

Zélia, eu te odeio até hoje... sua bruxa (rss)!

Cá com meus botões, pensei alto: “depois dessas duas amargas experiências os governantes aprenderam a lição?”.

 

Desculpa aí: de vez em quando falo sozinho! Ah! Você fala sozinho também? Gardenal e Rivotril pra ti, amigo. Rsss.

Eis que em 2020 fomos isolados social e economicamente por causa da pandemia mundial do Corona Vírus.

Aí me vem os iluminados de Mirzam e impõem a requisição administrativa de remédios, EPI´s e equipamentos médicos etc. com a finalidade de combater essa assustadora doença Covid-19, letal quando não se tem estrutura médica e remédios como em Mirzam. Essa medida foi uma versão tucuju atualizada da laçada do boi do pai dos Marimbondos de Fogos.

Esclareço que requisição administrativa não é confisco porque Mirzam iria pagar o "preço justo"... Mãããããssss o que é preço justo? As tabelas do cadastro de preços do Ministério da Fazenda ou do Tribunal de Contas, fora da realidade conjuntural da pandemia?

Ou iria ficar ao alvedrio de um burocrata de 3º escalão, que nunca teve empresa, não sabe o que é uma folha de pagamento e os encargos que ajudam aumentar a dor da cabeça, conta de energia, propinas (calma, gente, propina na acepção técnica é gorjeta) etc.?

Esses fornecedores de equipamentos médicos, remédios e insumos comandam CNPJ’S que iriam a óbito. Veja que pelos olhos da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário, qualquer empresário que vender caro por ter comprado caro é um Al Capone em potencial até prova em contrário: um “gangsters”.

 

Cheguei a ver uma decisão judicial (não vou citar nome porque é do meu círculo de amizades) fixando pela poderosa caneta azul preço de item para o tratamento da Covid-19. Na marra, contrariando a vetusta lei de mercado, que já dobrou o joelho de muitos políticos “gaiatos” nessa constelação de 27 estrelas do nosso lindo Pendão da Esperança.

Pois sua Excelência deveria ter exercido na plenitude seu ativismo judicial e colocado o dinheiro na conta do Judiciário, da PF ou MP, pra “modi dus dotô” comprarem os produtos no site Mercado Livre! Rsss.

Agora com a eleição em 2022 da esquerda no Planalto (ai, ai, ai: de novo?) e o preço da carne nas alturas, daqui a pouco tem gente laçando boi no pasto again! Se não deu certo com nelore nem com a cloroquina, será que vai dar certo com a picanha?

Porra, será que não aprendem nunca? Cáspite!

Não é de duvidar a galera revogar por decreto a Lei de Newton: a maçã não vai mais cair na sua cabeça... vai sair voando rumo ao espaço sideral... Kkkk.

Diante da carestia dos alimentos, falando sério avalio que o nosso mercado local do Amapá tem mais fragilidades e limitações que o mercado nacional.

A uma, porque não produzimos nem a farinha que comemos; a duas porque nossa localização geográfica e implicadores de logística nos dificultam ainda mais. Temos poucos e igualmente frágeis fornecedores, com seus ativos combalidos e promissores passivos trabalhistas de olho neles, tipo urubu na futura carniça...

Se cada ação tem uma reação, não precisa ser um economista brilhante e nem esforço de raciocínio para concluir que as prateleiras ficarão vazias se o governo interferir nas leis de mercado à base de canetadas palacianas...

Lembrem-se que na Venezuela não tem nem papel higiênico para limpar a bunda e  lá quem tem cachorro esconde dentro de casa, senão vira churrasquinho.

*Post scriptum: Mirzam é uma estrela da constelação de Canis Major. Na bandeira do Brasil representa o Estado do Amapá.

Créditos (Imagem de capa): ACERVO DE DIVULGAÇÃO

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Adilson Garcia

Publicado por:

Adilson Garcia

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