A MÚSICA QUE ENCANTA (Parte I)
Por Carla Nobre
Dois nomes que atuam na cena musical de Macapá trazem novidades este ano: preparam seu primeiro álbum e fortalecem a atuação do Coletivo Juremas. Estamos falando de Edu Gomes e Fernanda Canora, que possuem em comum, uma trajetória marcada pela participação no Projeto Quarta de arte da pleta e agora pela atuação no Coletivo Juremas.
EDU GOMES compôs, aos 18 anos, sua primeira canção, intitulada Quando você se foi, cantada por alguns artistas amapaenses. Cantando inicialmente em barzinhos e festas particulares, foi convidado a ingressar na banda de blues rock Beatle George, no ano de 2010, participando de vários festivais de música tanto em Macapá; no festival Quebramar; em Mazagão e Santana, no grito rock; e no Pará no festival megafônica, e tocando em casas de shows como o LIVERPOOL ROCK BAR. Seus projetos atuais giram em torno de duas frentes: Seu trabalho solo, que terá como próximo passo, a produção de seu primeiro álbum, que já conta com títulos como: LINDA MORENA (samba), JÁ É TARDE (blues) e Barcos de miritis (MPA) com letra de Fernando Canto. Além disso, sua participação no Coletivo Juremas, atuando como músico e também como escritor. Hoje em carreira solo, compõe e conta com 07 (sete) canções próprias, mesclando o blues e samba nas canções. Como intérprete, toca música nos estilos brega, rock, MPB, MPA, pagode, blues, criando um repertório diversificado e que tem conquistado seu público.
CONFIRA A LETRA DE
Linda morena (EDU GOMES)
Tua pele é um rio, em que me arrisco a navegar
Teu corpo é um vinho, em que preciso me embriagar
Sem me preocupar com o que virá depois que você se for. Quero tudo amor
Quero tu...
Quando você se vai, pela noite fria vou caminhando
Em cada esquina, cada momento bom vou relembrando
Quando você voltar, louco de amor eu hei estar
Quero tudo amor
Quero tu....
Linda morena
FERNANDA CANORA É paraense da cidade de Vigia e mora em Macapá há 26 anos. Começou sua trajetória musical aos 16 anos, participando de eventos escolares, com música e poesia. Musicista, cantora, compositora e artesã. Inclui no seu repertório musical, canções autorais, no estilo Reggae Roots, abordando o universo cotidiano feminino, com letras que refletem as batalhas das mulheres, principalmente no campo das artes, empoderamento feminino e desigualdade social. Foi uma das finalistas da 2ª etapa do primeiro Festival Online da Canção Amapaense. ex integrante da banda Jhamarok Roots (Pará). Participou do Festival Tarrafiada Cultural (Pará). Participa ativamente do projeto “Quarta de Arte da Pleta”, coordenado pela produtora Andreia Lopes. Traz suas influências de Bob Marley, Maria Bethania, Gal Costa, Chico Buarque, Marina Peralta, Cidade Negra, Flora Matos, Criolo e Planta e Raiz.
CONFIRA A LETRA DE
MAMA BRASILEIRA (Fernanda Canora)
Ela desce a ladeira
Não é difícil de decifrar,
Pega o filho na Escola, trabalha
Não tem desculpa pra sobreviver
E o preconceito não lhe atrapalha,
Pensa em tudo e no que tem pra comer.
Porque ela é assim
Porque
Porque ela é assim
Porque
Quis acreditar,
Procurei energizar,
Não consegui,
Entre os sentimentos loucos,
Que a dor instala aqui,
A tal da solidão não pode me calar,
É tanto desrespeito
Que eu resolvi falar.
Eu não sou menos gente
Porque Deus me fez mulher,
E tenho o direito
De ser quem eu quiser,
Não preciso gritar
E nem me humilhar,
É só lembrar da luta que eu
Vou argumentar.
Então não bata no peito que
Um orgulho desse jeito,
Só vai alimentar do que o mundo já está cheio,
Eu não sou obrigada a ser um lixo pra ostentação,
Meu corpo é poesia não pra aliviar tensão.
Ela é Mama Brasileira,
Tem muito estilo pra recomeçar,
Ela é mãe dos seus filhos meu amor,
Semelhança do nosso Senhor Ôh Jáh!
E ela lembra do lugar,
Onde viu o mar,
Quando a sua mãe além do pai ia pescar,
Recebeu valores,
Neutralizou as dores,
Levou para os seus filhos que a vida tem sabores,
Tem que ter coragem pra vencer e mudar,
E continuar,
Ela entendeu que a luta é difícil
E que a felicidade é Deus quem dá.
E ela é Rap,
Ela é pop,
Ela samba,
Ela segue,
Tem motivos pra chorar
E a tristeza não impede
De lutar, cantar
E entrançar seus dreds,
É o que a vida pede,
É o que a vida pede,
É o que avida pede a ela.
Ela é Mama Brasileira.
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